Após a descoberta do THC, na década de 60 e era óbvio que esse componente deveria está agindo nas células de nosso organismo através de um mecanismo molecular.
Em 1980 foi descoberto 2 receptores específicos, que chamamos de receptores canabinoides, após a descoberta ficou óbvio que nosso corpo deve sintetizar algo para se unir a esse receptores. Deveria ser algo endógenos produzidos por nosso próprio corpo que estava agindo nesses receptores.
Esses compostos endógenos que produzem canabinoides foi encontrado alguns anos mais tarde e é o que chamamos de endocanabinoides e são produzidos de forma endógena em nossos corpos, ou seja, desde a vida embrionária de cada mamífero está sendo sintetizado os receptores e as substâncias neurotransmissoras, para que possa ocorrer todos os efeitos, inclusivo dos fitocanabinóides ( derivados das plantas ).
Os endocanabinóides juntos com os receptores e as enzimas que produzem o endocanabinóides e degradam os endocanabinóides são o que chamamos sistema endocanabinóides, cuja função é regular e muito processos biológicos em nosso corpo como: apetite, coordenação motora, reprodução e muitas outras funções.
É por isso que a planta tem um gigante potencial terapêutico.
Os receptores CB1 e CB2 são os mais estudados atualmente, sendo encontrados primariamente :
CB1
Gânglios basais, hipocampo, hipotálamo e cerebelo e medula espinhal.
CB2
Sistema imunológico do cérebro, gastrointestinal e sistema nervoso periférico.
A ativação desse sistema endocanabinóide é um processo fisiológico, que acontece de forma natural, regulando vários processos metabólicos no organismo.
Os endocanabinóides conhecidos atualmente ( Anandamida e 2- Araquidonilglicerol ) são produzidos em sempre em resposta á algum estresse celular, para reestabelecer a homeostase intra- celular.
São produzidos nas células pós- sinápticas sob demanda, agindo de forma
retrógrada nos receptores cb1 e cb2 pré- sinápticos, criando um feedback que regula a
atividade dos neurônios pré-sinápticos. Em outras palavras, eles viajam contrário ao sentido do impulso nervoso, gerando um efeito positivo liberando outros neurotransmissores na fenda sináptica como a endorfina, norepinefrina, glutamato, dopamina entre outros, reduzindo a excitabilidade desse neurônio e consequentemente reduzindo o estresse celular.
Essa atuação se dá através da alteração da polarização da membrana pré- sináptica, agindo diretamente sobre os canais de cálcio.
Existe em estudo atualmente outros receptores do sistema canabinóide, que podem estar envolvidos em outras regulações do sistema neuromotor, imune e até de células cancerígenas. Seria o mais novo receptor, CB3 que poderia explicar inúmeras modulações reguladas pelos endocanabinóides que ainda sem encontram sem explicações.
O sistema endocanabinoide controla funções complexas do nosso sistema psicomotor, tendo em vista funções afetadas por eles, como a cognição, aprendizado, memória, sono e vigília, apetite e fome, sedação e até sistema de recompensa, função essencial para a vida de todos os mamíferos.
Esse sistema é encontrado em todos os representantes da classe vertebrados, sendo essencial para a regulação e proteção celular, regulando o oganismo gerando a homeostasia necessária para a vida.
Atualmente esse termo abrange todas as estruturas fisiológicas que estão envolvidas na modulação e manejo do sistema fisiológico em si, passando por receptores, enzimas ou até dos próprios endocanabinoides.
Acesse nosso blog para mais informações sobre a terapêutica e fisiologia do sistema endocanabinoide.
Terapêutica Canabinoide 